domingo, 1 de junho de 2014

Infecção por Gardnerella

Conceito

A gardnerella vaginalis é uma bactéria que faz parte da flora vaginal normal de 20 a 80% das mulheres sexualmente ativas. Quando, por um desequilíbrio dessa flora, ocorre um predomínio dessa bactéria (segundo alguns autores em associação com outros germes como bacteróides, mobiluncus, micoplasmas etc), temos um quadro que se convencionou chamar de vaginose bacteriana.Usa-se esse termo para diferenciá-lo da vaginite, na qual ocorre uma verdadeira infecção dos tecidos vaginais. Na vaginose, por outro lado, as lesões dos tecidos não existem ou são muito discretas, caracterizando-se apenas pelo rompimento do equilíbrio microbiano vaginal normal.A vaginose por gardnerella pode não apresentar manifestações clínicas (sinais ou sintomas). Quando ocorrem, estas manifestações caracterizam-se por um corrimento homogêneo amarelado ou acinzentado, com bolhas esparsas em sua superfície e com um odor ativo desagradável. O prurido (coceira) vaginal é citado por algumas pacientes, mas não é comum. Após uma relação sexual, com a presença do esperma (de pH básico) no ambiente vaginal, costuma ocorrer a liberação de odor semelhante ao de peixe podre.Foi detectada uma maior incidência da vaginose bacteriana em mulheres que tem múltiplos parceiros sexuais. 
No homem pode ser causa de uretrite e, eventualmente, de balanopostite (inflamação do prepúcio e glande). A uretrite é geralmente assintomática e raramente necessita de tratamento. Quando presentes os sintomas restringem-se a um prurido (coceira) e um leve ardor (queimação) miccional. Raramente causa secreção (corrimento) uretral. No homem contaminado é que podemos falar efetivamente que se trata de uma DST.

FLORA MICROBIANA NORMAL:

Nosso organismo, a partir do nascimento, entra em contacto com germes (bactérias, vírus, fungos etc.) os quais vão se localizando na pele e cavidades (boca, vagina, uretra, intestinos etc.) caracterizando o que se chama de Flora Microbiana Normal. Normal porque é inexorável e porque estabelece um equilíbrio harmônico com o nosso organismo.Existem condições em que este equilíbrio pode se desfazer (outras infecções, uso de antibióticos, 'stress', depressão, gravidez, uso de DIU, uso de duchas vaginais sem recomendação médica etc.) e determinar o predomínio de um ou mais de seus germes componentes, causando então o aparecimento de uma infecção. 


Sinônimos

Vaginite inespecífica. Vaginose bacteriana.


Agente


Gardnerella vaginalis.

Sintomas

Algumas mulheres podem ser assintomáticas, e quando presentes, os sinais e sintomas são:
Corrimento amarelado de odor forte e desagradável;
Bolhas superficialmente distribuídas pela vulva;
Coceira intensa (incomum);
Após o ato sexual, devido à liberação de esperma na região, há um intenso odor de peixe podre.
Já nos homens, as manifestações clínicas são:
Corrimento amarelado;
Coceira;
Dor durante o ato sexual;
Dor, calor, rubor e edema (sinais inflamatórios) na região da glande, prepúcio e uretra.


Complicações/Consequências.

Infertilidade, Salpingite (É a inflamação das Trompas de Falópio), Endometrite (Inflamação e/ou irritação do revestimento do útero), DIP (Doença inflamatória pélvica), Ruptura prematura de Membranas, Aborto, aumento do risco de infecção pelo HIV se houver contato com o vírus. Há aumento também do risco de se contrair outras infecções como a gonorreia.


Transmissão

Geralmente primária na mulher. Sexual no homem. Pode ocorrer também transmissão pelo contato genital entre parceiras sexuais femininas

Período de Incubação

De 2 a 21 dias. 


Diagnóstico

Pesquisa do agente em material vaginal e/ou uretral. A interpretação do resultado deve ser associado à clínica. 


Tratamento

Medicamentoso: Metronidazol, Clindamicina. Pode haver cura espontânea da doença.


Prevenção

Camisinha. Evitar duchas vaginais, exceto sob-recomendação médica. Limitar número de parceiros sexuais. Controles ginecológicos periódicos. 




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